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Constituição da República Portuguesa, Artigo 37º

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Avós vendem casa para pagar cirurgia de criança

Meus amigos.

Recebi um e-mail de um amigo, que mais uma vez me deixou muito triste. Este não pode ser o meu País. Gasta-se tanto dinheiro mal gasto e para isto ninguém se chega a frente.

Vejam:

A família de Martim, um menino com  dois anos e meio com problemas hepáticos, puseram à venda uma casa no Algarve para pagar  o transplante de fígado do filho em Londres, uma operação avaliada em cerca de 200 mil euros

 
 

Os avós de um menino com dois anos e meio colocaram à venda uma casa em Cabanas de Tavira, no Algarve, para pagar uma operação de transplante do fígado à criança no hospital King's College, em Londres. Uma cirurgia avaliada em 200 mil euros, mais 50 mil do que o valor que a família pede pela casa. Isto depois de o Ministério da Saúde se ter recusado a comparticipar os custos da intervenção cirúrgica (ver caixa).

 
 

"Os médicos ingleses dizem que o ideal seria efectuar o transplante durante este Verão", diz ao DN a mãe do menino, Ana Margaça, antiga profissional dos seguros, que vive na Costa de Caparica e entretanto deixou de trabalhar para acompanhar o filho. Para agravar a situação, o marido, engenheiro civil, procura emprego.

 
 

Martim nasceu com um problema genético que origina um défice numa enzima hepática chamada alfa 1 antitripsina. Começou por ser seguido em Londres, com consultas de acompanhamento no Hospital Pediátrico de Coimbra, onde uma das responsáveis terá aconselhado a família a "fazer o transplante em Inglaterra", caso existisse essa possibilidade.

 
 

"Se o Martim tem hipóteses de ser tratado no King's, não vejo que haja vantagem em vir a Coimbra", escreveu uma médica que acompanhou a criança, num e-mail a que o DN teve acesso.

 
 

"A operação custa cerca de 200 mil euros. Colocámos a casa à venda numa imobiliária por 150 mil euros, mas, infelizmente, ainda não apareceu comprador e não temos muito tempo para salvar a vida do Martim", acrescenta Ana Margaça.

 
 

Pertencente aos avós paternos da criança, a casa de Cabanas de Tavira tem dois quartos, um jardim e está na família há 25 anos. Segundo a família, vendê-la tornou-se "inevitável" pois o montante exigido para a operação "é muito elevado". "Para variar, estamos por nossa conta", diz a mãe, revelando que as despesas com a saúde do filho são "bastante elevadas": cada lata de leite especial, por exemplo, custa 50,10 euros e esgota-se em quatro dias, enquanto uma caixa de ácido ursodeoxicólico, custa 150 euros e dá para um mês. Os problemas de saúde da criança agravaram-se nos últimos meses, com a ocorrência de hemorragias, osteoporose (partiu um braço e uma perna) e com a dilatação do fígado e baço. Segundo Ana Margaça, qualquer problema de saúde, como uma simples constipação ou o contágio do novo vírus da gripe, poderá ser "fatal" para o Martim, cujo sistema imunitário se encontra debilitado.

 
 

Segundo a família, uma das dúvidas sobre o transplante hepático do Martim em Portugal prende-se com o facto de a operação só poder ser feita nos Hospitais da Universidade de Coimbra, o que obriga à posterior transferência da criança para o hospital pediátrico.

 
 

"Ou seja, uma criança imunodeprimida, que devia estar protegida de todos e quaisquer vírus e bactérias, tem de fazer uma transferência de hospital no momento em que está mais debilitada", critica a mãe. Ana Margaça diz ainda que, em 2007, durante o período em que o filho esteve internado em Coimbra, fez uma queixa no Livro de Reclamações daquela unidade de saúde relacionada com a medicação das crianças. Por isso, garante que se não conseguir reunir o dinheiro suficiente para pagar a transplantação em Inglaterra, procurará fazê-la em Espanha.

LUÍS MANETA, É Hoje

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