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Constituição da República Portuguesa, Artigo 37º

terça-feira, 3 de abril de 2007

ATENÇÃO AOS ASSALTOS EM MADRID QUANDO VIAJARES NO TEU CARRO

Tendo sido alvo de uma tentativa de roubo em Espanha, mais concretamente na região de Madrid, entendi ser meu dever como cidadão, transmitir a minha experiência evitando assim que alguns dos que venham a ler este relato possam passar pelo mesmo.
Este mesmo relato vai ser enviado às Embaixadas de Espanha em Lisboa e à de Portugal em Madrid, para que possam junto das autoridades competentes implementar qualquer medida com o objectivo de por fim a isto.
Na passada semana desloquei-me a Espanha em gozo de férias. Na semana anterior um conhecido meu que lá tinha estado, havia-me contado a experiência horrível por que passou.
Tratei logo de a passar às pessoas com quem nesses dias seguintes convivi. Contudo nunca esperei que me acontecesse a mim e a outro amigo meu que seguia atrás de mim.
Dado o curto espaço de tempo entre as 2 situações creio tratar-se de um golpe em franca ascensão.
Então passemos ao relato.
Na região de Madrid (M30, M40,M45 ou seja nas radiais de Madrid) um carro abranda ao meu lado, chama a minha atenção pelo facto de se colar a mim e seguir à mesma velocidade, e quando reparei nele, a pessoa que vai ao lado do condutor exibe uma carteira com um distintivo policial e com a outra mão faz faz-me sinal para encostar.
A primeira reacção de qualquer mortal é que se trata de uma fiscalização policial ou então que seguíamos a velocidade superior à que era permitida.
Mesmo sabendo do que se tinha passado, por fracções de segundo o meu instinto fez-me reduzir a velocidade e passar à faixa da direita com o objectivo de parar. Essa viatura colocou-se à minha frente com a intenção de parar à minha frente. Noutra fracção de segundo recordei o que se havia passado uma semana antes com um meu conhecido e voltei à faixa central acelerando o carro à velocidade normal.
Voltaram a colar-se ao meu lado esquerdo, tornando a indicar-me que parasse, exibindo de novo o crachat policial com insistência.
Mais seguro que nunca, disse-lhes por gestos que não parava e com o telemóvel na mão disse-lhes que iria ligar à Policia.
Resultou. Eles abrandaram a velocidade, passaram para a faixa central e depois para a da direita e rapidamente saíram da via principal.
No meu caso a abordagem foi efectuada por um Ford Mondeo preto, matricula M0036 Tl e dentro do carro estavam 3 sujeitos, com ar de sul americanos, de fato e gravata e óculos escuros.
Sabendo que com o carro da frente não se havia passado nada porque o visualizava. Apressei-me a avisar o carro de um amigo meu que vinha atrás. Não consegui ligação imediata e passados alguns minutos quando conseguimos estabelecer essa ligação obtivemos a informação que outro carro, um Volvo beije, com 2 sujeitos, tinha procedido da mesma forma, fazendo-os parar.
Ainda com os ocupantes dentro do carro, deitaram a mão à chave do carro. Num mau castelhano disfarçaram dizendo que andavam à procura de droga e armas. Quiseram ver passaportes (inexistentes) e cheiraram as mãos às pessoas. Entretanto uma das ocupantes do carro, lembrou-se do meu relato e começou a falar alto para o outro amigo dizendo que aquilo era mentira e agarrou no telemóvel, situações que deixou os assaltantes nervosos.
Um deles confirmou que no pulso do condutor havia um relógio de elevada valia e tentou que ele tentasse tirar o relógio, com a desculpa de verificar se existia droga. Aí esse meu amigo não só não lhe deu o relógio como fez menção de sair do carro o que os assustou, acabando por abandonar o local.
Tudo isto contado agora, a frio, parece fácil de resolver. Na altura, acreditem que não dá.
Com a pessoa que me contou esta história passada na semana anterior, foi exactamente o mesmo e mais tarde foi-lhe dito por um guarda civil que tinha procedido bem porque, mesmo em carro à paisana, a policia anda com uniforme. Foi-lhe relatado por esse policia, que geralmente as pessoas saem do carro, deixando a chave na ignição e enquanto um o distrai o outro entra no carro e foge. Informou mesmo que não se preocupam muito com o facto de irem crianças atrás ou não, que abandonam à sua sorte logo que podem e que esses carros (os de maior cilindrada e valia) nunca mais aparecem estando em crer que se destinam ao norte de África ou Leste Europeu.
Uns quilómetros à frente numa paragem demos com uma policia a quem o meu amigo relatou o que havia acontecido, dando todas as informações incluindo matriculas, que devem ser falsas obviamente.
A terminar e tendo em consideração que este meu relato vai ser enviado às Embaixadas referidas devo concluir que espantado fiquei com a morosidade e confusão que está instalada nos meios policiais espanhóis. Comparando com o meu País, tão distante de Espanha em tudo (diz-se), confirmo que foi uma tristeza. Nenhuma das autoridades contactadas no imediato quis aceitar a denuncia, mandando-me para serviço, atrás de serviço. Ao fim de contactar 4 serviços lá consegui que ouvissem o meu relato, mas dele nada fariam a não ser que me apresentasse numa esquadra. Parece caricato, mas comecei a tentar a denúncia na província de Madrid e na última tentativa já estava na de Toledo.
Quer dizer, a vontade de apanhar estes indivíduos não deve ser muita (quiçá porque parece que a abordagem é feita a estrangeiros e não a espanhóis).
O que sempre pensámos foi que, havendo vários carros patrulha nessas vias, na posse das características dos carros e em cima do acontecimento era bem possível apanhá-los. Mas não quiseram. Paciência.
Aqui fica a relato para o passarem a quem entenderem.
Pedro Teixeira


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